Os benefícios de uma gestão de resíduos sólidos eficiente nas cidades

08.04.22

Os benefícios de uma gestão de resíduos sólidos eficiente nas cidades

Cuidados com o descarte de lâmpadas LED estão entre os principais pontos a serem observados quando se fala em cidades inteligentes

No Brasil, são produzidas cerca de 78,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos ao ano, apesar de 31,9% desse total serem recicláveis, apenas 3% de fato passam por esse processo, e mais de 3 mil municípios brasileiros descartam os materiais em locais impróprios.

Portanto, as cidades inteligentes vêm melhorando consideravelmente o estilo de vida sustentável de seus moradores, principalmente através da aplicação de energias renováveis e métodos eficientes para tratar a questão de resíduos sólidos urbanos.

Um dos pontos para que uma cidade seja considerada smart é, aliás, a geração com eficiência de uma coleta seletiva, além do funcionamento de um sistema de reciclagem de forma eficaz. 

Um município que implementa esse sistema de coleta consegue atingir diversos benefícios, como:

  • Cidade mais limpa;
  • Diminuição de gastos com limpeza urbana;
  • Diminuição da contaminação de alimentos;
  • Geração de emprego e renda para famílias menos assistidas socialmente;
  • Diminuição da proliferação de vetores e doenças (provenientes de mosquitos e ratos ㅡ como a dengue, febre amarela, zika, chikungunya e leptospirose) e;
  • Aumento da qualidade de vida da população.

Outro bom exemplo de sustentabilidade está na cidade de Ribeirão das Neves, em Minas Gerais, onde as luminárias de alumínio substituídas no processo de modernização também recebem destinação correta e social. O Consórcio IP Minas, formado pelas empresas Quantum e Fortnort Desenvolvimento Ambiental e Urbano, doa luminárias antigas à Cooperativa de Materiais Recicláveis de Ribeirão das Neves (Coomarrin), formada por famílias de baixa renda. No ano passado, de janeiro até maio, foram doadas 2.326 luminárias, o que representa  5.287 toneladas de material para reciclagem.

Gerente do IP Minas, Jolimar Costalonga Grancer acredita que esta é uma forma de promover o reaproveitamento desse material com descarte correto e, de quebra, exercer função social. “Geramos renda a mais de dez famílias carentes. Cria-se assim uma cadeia econômica sustentável, inclusive com a geração de renda indireta ao município, pois essas famílias vendem o material reciclado para empresários do município, que também geram empregos e impostos”, explica.

Modernização da iluminação pública também exige atenção aos resíduos sólidos

A modernização da iluminação pública, com a substituição das lâmpadas poluentes –  de vapor metálico – por modelos mais sustentáveis, com tecnologia LED, traz inúmeros benefícios para a economia e o meio ambiente. Mas, a mudança exige cuidado especial com o descarte, para que se faça a destinação correta do material antigo, seguindo leis que estabelecem rígidos protocolos. Essa atenção com a logística reversa se justifica, uma vez que o Brasil tem hoje cerca de 18 milhões de pontos de iluminação pública, segundo dados da Associação Brasileira das Concessionárias de Iluminação Pública (ABCIP). A maior parte deles ainda é composta por lâmpadas poluentes. Porém, essa realidade tende a ser mudada, pois é cada vez mais comum que municípios lancem mão de Parcerias Público-Privadas para a modernização de seus parques de iluminação pública. 

A maior parte dos parques brasileiros de iluminação pública são tradicionais, com predominância das lâmpadas de alta pressão, que possuem vapores metálicos tóxicos em sua composição, como o mercúrio. Esses elementos químicos, em grande quantidade, podem contaminar solo, água e ar, causando danos à saúde e ao meio ambiente. Já as lâmpadas de LED não têm elementos tóxicos, sendo 100% recicláveis. Porém, ao promover a modernização, é preciso fazer a destinação correta do material antigo. Existem normas ambientais, assim como empresas especializadas em reciclagem de lâmpadas que realizam todos os procedimentos necessários. É importante que as prefeituras contratem esse serviço de forma direta ou por meio de empresas gestoras dos contratos de IP, o que pode ser feito via licitação ou parceria público-privada (PPP).

Além de proteger o meio ambiente, promover a destinação correta dos insumos da iluminação pública resultantes da modernização também pode gerar economia ao município. Isso pode ser conseguido pelo mapeamento do processo e gestão dos resíduos da iluminação pública, assim como formas de viabilizar a logística reversa junto a fornecedores e fabricantes. Ou seja, é possível recuperar valor em produtos e materiais descartados, trazendo-os de volta ao ciclo produtivo para reuso, reciclagem, redução ou até mesmo descontaminação, aplicando a destinação final de maneira segura e ambientalmente correta.

Vale lembrar que o Brasil produz cerca de 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano, conforme dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Mas só 4% desse total é reutilizado. O resto vai para os lixões. E a reciclagem, quando ocorre, geralmente é por meio de iniciativas que surgem devido a um problema social, quando famílias recolhem e vendem materiais recicláveis como forma de sobrevivência. Ou seja, é um processo que não está propriamente relacionado a uma conscientização ambiental ou regulatória. Esse cenário inclui os insumos da iluminação pública e, portanto, cabe aos administradores públicos buscar parcerias e fiscalizar as ações, sendo que a sociedade pode e deve colaborar nesse processo.

Por

Ip Minas


O IP MINAS assumiu a modernização da iluminação de Ribeirão das Neves com a missão de atualizar 26 mil pontos de luz, que serão substituídos por luminárias de LED, envolvendo 25 praças, campos de futebol, além de pistas de caminhada e outros espaços coletivos.

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