Mais do que modernizar o sistema de iluminação pública de Ribeirão das Neves, a doação das luminárias de alumínio está contribuindo com a economia da cidade.

Desde o início do projeto, em dezembro de 2009, as doações das antigas luminárias estão transformando a vida de 11 famílias da cidade mineira, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Isso acontece porque, em Ribeirão das Neves, as luminárias de alumínio recebem destinação correta e social. O destino é a Cooperativa de Materiais Recicláveis de Ribeirão das Neves (Coomarrin), formada por famílias de baixa renda.

Luminárias de alumínio: 5 toneladas doadas

Somente este ano, mais de 5 toneladas de material já foram retiradas das ruas da cidade e doadas para a reciclagem. Um trabalho realizado pela concessionária IP Minas, formada pelas empresas Quantum e Fortnort Desenvolvimento Ambiental e Urbano.

De janeiro a maio deste ano, a Coomarrin recebeu 2.326 luminárias de alumínio.

Assim, o projeto de modernização da iluminação pública de Ribeirão das Neves, com a tecnologia LED, vai muito além de levar economia aos cofres públicos, segurança às ruas da cidade e sustentabilidade ao meio ambiente. 

Com a ampliação da renda a partir da revenda do alumínio, a cooperativa já se organizou e adquiriu uma caminhonete com parte do valor arrecadado. O veículo é utilizado no transporte dos materiais. Neste sentido, a parceria com a IP Minas é fundamental para melhorar a qualidade de vida destas famílias. 

Além disso, em dezembro do ano passado, cada uma das famílias de cooperados recebeu um repasse no valor de R$ 2 mil com a reciclagem das luminárias.

O projeto, desenvolvido entre a concessionária e a cooperativa, ainda prevê cuidados com a segurança e o bem-estar dos cooperados. Por isso, foram realizadas doações de kits de equipamentos de proteção individual (EPIs), com luva, óculos e capacetes.

Outro cuidado com a comunidade é o envio dos materiais tóxicos das antigas luminárias de sódio para empresas especializadas em descontaminação.

Reciclagem de luminárias incentiva novos projetos sustentáveis em 2022

Atualmente, a concessionária IP Minas já substituiu mais de 10 mil lâmpadas antigas, de vapor de sódio. Assim, quase metade das luminárias da cidade já conta com a moderna tecnologia LED.

O projeto de modernização da iluminação pública de Ribeirão das Neves prevê, até o final de 2022, a substituição dos mais de 26 mil pontos de iluminação da cidade.

Depois da conclusão do projeto, a Coomarin pretende utilizar o dinheiro arrecadado para colocar em prática um antigo sonho: a produção de vassouras ecológicas, feitas com garrafas pet. 

As lâmpadas de LED podem ser recicladas?

Criadas na década de 1960, pelo inventor norte-americano Nick Holonyak, as lâmpadas LED são compostas de materiais que podem ser reciclados, ou seja, matéria-prima para novos produtos. 

Você sabia que é possível reaproveitar 98% dos componentes das lâmpadas de LED? Isso acontece porque a tecnologia LED não possui metais pesados, como o mercúrio.

Assim, diferentemente de outras lâmpadas, a tecnologia LED não contamina o solo ou as águas e nem prejudica a saúde humana. Mais do que isso, com a reciclagem, os componentes destas lâmpadas podem ser reaproveitados.

Confira, a seguir, como estas lâmpadas são constituídas:

• a parte externa é de vidro ou plástico,
• o dissipador de calor é de cerâmica ou de alumínio;
• os resistores e cabos contêm cobre;
• dentro das lâmpadas, os diodos emissores de luz são feitos de semicondutores, como índio e gálio;
• possui elementos de terras raras, como európio ou térbio, misturados ao fósforo.

Você sabe por que as lâmpadas LED possuem esse nome? 

O motivo são os diodos emissores de luz, os componentes eletrônicos semicondutores que conseguem transformar a energia elétrica em luz. Ou seja, em inglês, Light Emitting Diode.

Reciclagem das lâmpadas protege o meio ambiente

Uma das principais vantagens da reciclagem de lâmpadas antigas, por exemplo, é a proteção do meio ambiente.

Ao contrário da tecnologia LED, as lâmpadas fluorescentes, por exemplo, possuem mercúrio na composição. Assim, ao serem descartadas no lixo comum, são encaminhadas para aterros sanitários.O problema é que estas lâmpadas, quando quebradas, liberam um metal tóxico no solo. Este metal alcança os lençóis freáticos e contamina os rios, as plantações e os animais. 

Uma das maneiras mais comuns de intoxicação por mercúrio em seres humanos é por meio da ingestão de peixes ou frutos do mar infectados. Em geral, os sintomas da intoxicação por mercúrio dependem da forma como a pessoa foi exposta ao metal. Além disso, é preciso levar em conta a quantidade de metal. 

Caso ocorra ingestão de peixes ou frutos do mar contaminados, os sintomas mais comuns são: perda parcial da visão periférica; sensações de ardor ou pontadas nos dedos, nariz e boca; perda da coordenação motora; fraqueza muscular; distúrbios da fala e audição e redução das funções cognitivas. 

No entanto, os casos que envolvem contaminação via inalação do vapor do metal, os sintomas podem incluir: alterações de humor, como nervosismo e irritabilidade; insônia; dor de cabeça; contrações musculares; tremores; fraqueza; atrofia muscular e redução das funções cognitivas.