Você já ouviu falar da “cidade de 15 minutos”?

01.12.20

Você já ouviu falar da “cidade de 15 minutos”?

A proposta é colocar em prática exatamente aquilo que já traz no nome: proporcionar que o cidadão não leve mais do que 15 minutos para fazer tudo o que precisa.

Com a chegada da pandemia, todos aqueles que conseguiram implementar o home office na rotina viram as suas opções reduzidas ao bairro onde moram. A ida ao supermercado, à farmácia ou a áreas de lazer para a prática de exercícios físicos, por exemplo, se limitou a locais próximos e que não exigiam muito deslocamento.

Mas… e se essa fosse uma realidade constante? Se a praticidade de ter acesso a qualquer serviço básico necessário a uma distância que pode ser percorrida a pé ou de bicicleta fosse algo constante?

Essa é a ideia por trás do conceito da “cidade de 15 minutos”, que vem ganhando o mundo. A proposta é colocar em prática exatamente aquilo que ele já traz no nome: proporcionar que o cidadão não leve mais do que 15 minutos para fazer tudo o que precisa: trabalhar, estudar, ir a parques, restaurantes, supermercados e hospitais, entre outros.

Cidades compactas assim tendem a ter menos carros circulando, menos tempo desperdiçado no trânsito, menos poluição, menos estresse, mais serviços de qualidade, mais ciclovias, um transporte público mais completo e, claro, uma iluminação pública mais adequada e que consiga transmitir segurança aos moradores.

A origem do conceito da “cidade de 15 minutos”

Sustentável e também ousada, tal iniciativa faz o caminho contrário do que acontece nas grandes metrópoles hoje. Em São Paulo, por exemplo, as pessoas costumam perder muitas horas do dia no trânsito a caminho de qualquer lugar que pretendam ir. Na ideia da “cidade de 15 minutos”, isso deixa de existir.

A origem desse conceito está no urbanista Carlos Moreno, professor da Universidade de Sorbonne, de Paris, que é especialista em cidades inteligentes e acredita em um sistema de reorganização urbana que seja capaz de redefinir a noção de bem-estar dos moradores.

A ideia de Moreno vem ganhando o mundo e já seduziu muita gente. Em meados de 2020, chegou a ser usada como argumento na campanha de reeleição da prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que acabou reeleita. No mandato passado, ela já vinha investindo em uma cidade amigável ao uso das bicicletas e investindo na construção de ciclovias nas vias da capital francesa. Portanto, apostar em uma “cidade de 15 minutos” acaba sendo um caminho natural a partir dessa evolução.

Por trás do conceito, no entanto, se esconde a ruptura de um paradigma que vai muito além da comodidade: segundo Moreno, é uma proposta que pretende mudar a relação das pessoas com o próprio tempo, especialmente aquele que é gasto hoje com a mobilidade.

Como a iluminação pública se enquadra em uma cidade compacta

O conceito de “cidade de 15 minutos” traz consigo também a retomada de outras questões já familiares para os cidadãos: a oferta e melhoria de serviços essenciais já disponíveis a todos, mas não necessariamente oferecidos da maneira como devem ser. Isso envolve tanto o transporte público como também a iluminação, por exemplo, que desempenham papel importante no dia a dia das cidades.

Se a ideia por trás das cidades compactas é proporcionar qualidade de vida a seus moradores, tais serviços precisam passar por uma reorganização que esteja no mesmo nível, especialmente no que diz respeito a melhorias. Uma iluminação pública que seja realmente eficiente à noite, por exemplo, é medida básica e necessária para permitir um deslocamento noturno com mais qualidade e segurança a todos. Afinal, se o propósito é fazer com que os moradores circulem a pé e de bicicleta, o acesso à cidade deve ser facilitado e protegido em qualquer hora do dia.

Além disso, uma iluminação pública de qualidade também costuma estar diretamente associada a outras questões importantes para uma cidade. É o caso, por exemplo, do embelezamento e da valorização urbana e à prevenção da criminalidade. 

Por

Ip Minas


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